segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Dote

         Um fardo pesado para milhares de mulheres na Índia

Casar-se na Índia continua sendo um fardo pesado para milhares de mulheres que, obrigadas a pagar altos dotes por uma tradição ilegal, mas ainda vigente, escolhem o suicídio ou morrem nas mãos de seus maridos por não conseguir quitar a quantia.

Os últimos casos de jovens mortas por esta causa - quatro em pouco mais de um mês - colocaram em evidência que o costume do dote, longe da extinção, continua tão vivo como nunca além das barreiras de classe ou casta.

Um dos assassinatos mais recentes, divulgado por toda a imprensa local, ocorreu no final de abril, quando a hindu Mukta Chandolia, de 29 anos, morreu um dia antes de seu casamento ao ser empurrada pela janela do quinto andar de um prédio em Nova Délhi pelo seu noivo, em meio a uma acalorada discussão.

A razão foi a exigência, no último momento, de aumentar em 500 mil rúpias (quase ? 9 mil) o dote já estipulado, algo que a namorada e seus parentes já haviam se negado a dar.

"O dote é uma parte integral do nosso sistema", disse o irmão da jovem falecida em declarações ao jornal indiano "The Times of Índia", que considerou que o problema foi o fato de o namorado de Mukta "ter se tornado muito avarento".

Apenas algumas semanas antes desta morte, outra mulher, Divya Soundiyal, foi encontrada sem vida em sua casa, e quando todos acharem que ela cometera suicídio, Sumit, seu marido, confessou que a tinha assassinado porque o dote deixou de ser pago.

O suicídio da mãe de uma namorada por não poder completar as exigências de sua futura família política e o caso de outra jovem que se enforcou em seu quarto pelo mesmo motivo se somaram às últimas ocorrências divulgadas na mídia local, o que serviu para reavivar o debate sobre este costume.